A espiritualidade da O. F.S. e sua “mística”
É evidente que para entendermos a “mística” da O.F.S.,
temos que entender a “mística” de São Francisco. O franciscano secular tem “sua mística”
depois que compreender e “interiorizar” na sua vida a mística de São Francisco. A “mística” de São Francisco é a sua
“experiência religiosa” de Deus, seu modo todo “peculiar” de viver sua relação
para com Deus, para com os homens, o mundo e as criaturas.
Na sua linha do relacionamento com Deus, São Francisco
reconhece sua pequenez, sua insuficiência, suas limitações, o seu nada. Isto lhe traz a consciência de que depende
inteiramente de Deus como o filho menor depende em tudo de seu pai. Então, abandona-se por completo à Bondade e
ao Amor de Deus. Sente-se o último dos
filhos, o menor de todos para que apareça com mais evidência, a Gratuidade do
Pai para com ele. Sua vida só t em
sentido quando deixa-se conduzir pelas exigências do pai Nosso.
Esta abertura para um Deus que se faz Dom, presença, Amor
e sobretudo, Pai em Jesus, coloca São Francisco numa dimensão de
correspondência de amor e gratidão; leva-o a incentivar e fortalecer o seu
relacionamento com os homens: “servir por amor”. Torna-se tão sensível ao amor e bondade de
Deus que assume como “tarefa” mais importante de sua vida: com alegria,
prontidão e generosidade dar aos outros o que recebeu de Deus. Coloca-se então, “a serviço” do amor e
bondade de seu Senhor. É humilde, pobre,
submisso, obediente, generoso, acolhedor e especialmente alegre. Nada retém para si, glorifica o Doador e
passa o dom adiante. Torna-se desse
modo, o “diácono” do Amor de Deus. Sua
“diaconia” sobressai na convivência com os homens, particularmente com os mais
pobres e abandonados; assumiu com toda radicalidade a atitude de Cristo: “Se
alguém dentre vós quiser ser o primeiro, torne-se o servo de todos, porque o
Filho do Homem não veio para ser servido mais para servir e dar a sua ávida em
resgate de muitos” (Mc. 10,45).
Esta experiência realizada por Cristo, impõe a São
Francisco uma condição irreformável: no Cristo descobre o Pai e todos os homens
como verdadeiros irmãos. Então, ele só
tem que servir por amor.
Na linha do relacionamento com o mundo e com as
criaturas, São Francisco faz a mesma experiência do amor. Tudo lhe grita, tudo lhe fala do Bem, da
Bondade, da Generosidade e do Amor do Pai.
Sente-se tão pequeno e humilde diante de tudo o que o Senhor preparou
para o homem que convida todos os seres e toda criação a agradecer e cantar o
Amor de Deus. Compôs um hino: “O Cântico
do Irmão Sol”.
Esta visão da “mística” de São Francisco enriquece grandemente
a espiritualidade da O.F.S. e a faz notável como “presença” de “serviço” e de
“amor” ‘sem, nenhuma pretensão de domínio, na obediência e numa generosa
prontidão para fazer, de acordo com suas capacidades, as coisas mais apagadas,
sem ostentação’(2). Deste modo, podemos afirmar que a O.F.S. tem
a “tarefa” imprescindível de dar a conhecer aos homens o “espírito e a vida” de
São Francisco pelo qual tantos discípulos e irmãos seus iluminaram a Igreja com
seu testemunho de santidade.
(2) Roteiros de Formação dos Franciscanos Seculares do
Brasil – Fr. Mateus Hoepers, OFM, “Testemunhar e Evangelizar”, Vozes, Rio, 1973, pág. 52-58 Fonte: Livreto:
Documentos Franciscanos XIII - CENEPAL – BRASIL – 1974
REUNIÃO GERAL DA FRATERNIDADE
07 de Outubro de 2012
às 08:00 horas
Convento de Santo Antônio
- Largo da Carioca - Centro/RJ.
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